Transformar a educação transforma vidas
Com autonomia e responsabilidade, o jovem precisa se
perceber protagonista em seu processo de aprendizagem.
Peter Tabichi,
professor Queniano venceu hoje (24/03/19) o Nobel da Educação - o melhor professor do mundo 2019. Um percurso
de vida docente admirável, repleto de empatia e força para superar obstáculos.
De tudo que li sobre ele, uma frase me chamou muito a
atenção: “Ao fazer seus alunos acreditarem em si mesmos, Tabichi melhorou drasticamente o desempenho e a autoestima de seus alunos.”
A professora brasileira Débora Garofalo, ficou entre os 10 melhores do mundo e gostaria de destacar a fala de uma
de suas alunas: “a aula dela tem alguma coisa que faz a
gente confiar em nós mesmos.”
Em outra matéria, um garotinho disse que quando ela
entra em sala, ela não dá uma matéria só, ela mistura todas as disciplinas.
Tanto Peter Tabichi, quanto Débora Garofalo atuavam com o desenvolvimento de projetos que envolvia múltiplos saberes e nas conquistas do fazer, errar, refazer, criar, inventar, repensar, acertar, a autoestima dos alunos era potencializada.
Essa semana fui questionada sobre o que me faz
feliz.
Assim como no Mito da Caverna de Platão, assumo o empático papel do
filósofo. Meu desejo é que meus alunos se percebam acorrentados pelo sistema,
contemplando sobras no fundo de uma caverna. Somente os que se percebem
contempladores de sombras, serão capazes de mover seu olhar viciado com o fundo
da caverna para o diferente, onde há uma aterrorizante luz na entrada da
caverna.
O movimento de liberdade que me faz feliz, requer empatia e atua diretamente na autoestima do aluno, pois provoca a autopercepção da potência dele e com autonomia e responsabilidade, passa a ser protagonista de seu aprendizado, se mobilizando em pró de seus sonhos.
Qual a conexão entre essas práticas que transformam
vidas através da educação?
O EMPODERAMENTO
Somente com um olhar empático é possível transpor as
adversidades de um ensino tradicional, fragmentado, apostilado, formatado,
seriado e despertar o potencial de cada aluno.
A TECNOLOGIA
A tecnologia não precisa ser uma grande vilã
apoiadora da "decoreba" de conteúdos desconexos. Ela pode ser usada como uma
ferramenta maravilhosa, permeando projetos e incentivando o aprender fazendo.
A DESFRAGMENTAÇÃO DOS SABERES
Envolve o fim das aulas separadas por disciplinas,
favorecendo o desenvolvimento de pensamentos complexos.
O único lugar onde os saberes são fragmentados é
dentro das escolas e universidades. No mundo real todos os
processos envolvem múltiplos saberes e aplicabilidade prática de conteúdos
diversos.
A APRENDIZAGEM POR PROJETOS
Solução de problemas complexos através da interdisciplinaridade dos saberes. Trabalho em equipe, em projetos reais de interesse dos alunos, favorece a aprendizagem efetiva de conteúdos com aplicabilidade na vida dos alunos.
FOCO NAS
HABILIDADES
A competição não é mais a “menina dos olhos”. É possível
destacar a criatividade, o pensamento crítico, resiliência, empatia e
colaboração.
A DECADÊNCIA
DO ENSINO TRADICIONAL
Educação “linha de montagem”, conteudista, com foco
na memorização de volume de respostas mecânicas morreu.
Fuja de toda fórmula pronta e padronização como as apostilas, os
modelos, os moldes e projetos de ensino.
Não é muito fácil ser um agente transformador da
educação no Brasil.
- Para meus amigos, eu vivo no mundo de Nárnia.
- É explicito o medo do diferente entre meus colegas
de trabalho.
- Meus alunos torcem o nariz, pois faço de tudo para
tira-los da Zona de Conforto (fundo da caverna).
- Meus ex-alunos que saíram da caverna, alimentam
minha ânsia em tirar mais e mais alunos do sistema que cultiva a inércia geradora de
ignorância.
Foto de Peter Tabichi: https://www.globalteacherprize.org/person?id=7486
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