A bizarra resistência dos alunos
Nos últimos 150 anos, muita coisa evoluiu: o automóvel, o telefone, a ciência, a medicina, a arquitetura, os meios de comunicação,
etc.
A educação evoluiu no mesmo ritmo?
Se retirarmos da frente da metodologia educacional a ‘cortina de fumaça’ causada
pelo avanço das tecnologias dos últimos 10 anos, o que resta?
Se retirarmos das salas de aula as ferramentas: a internet, a lousa digital, os
games, os aplicativos, o Datashow, o PowerPoint, o que resta?
Resta a metodologia tradicional de sempre. Onde o professor é o
detentor do saber, que declama o conteúdo para o aluno, que é o receptor passivo,
que deve receber o conteúdo ‘mastigado’, pronto para ser decorado o que vai
cair na prova.
O que realmente evoluiu na metodologia pedagógica adotada no Brasil nos
últimos 50 anos?
Nosso sistema educacional atual é reprodutor do modelo do século XVIII.
No Brasil, desde os anos 60, as escolas e universidades
produzem seres mansos, cordeirinhos, bons seguidores, obedientes e não
questionadores. Geram multidões de dependentes intelectuais e sociais.
É muito raro eu encontrar alguém que defenda a educação como ela está,
até porque os números oficiais que nos colocam entre os 10 piores países no
mundo, não colaboram com uma defesa.
Transformar, melhorar ou inovar são as palavras que estão no ‘top of mind’
de quem discute educação.
É muito falatório e pouca ação... e quando a ação aparece, surgem as
resistências.
As resistências são muitas. Além dos órgãos públicos reguladores e
controladores das instituições de ensino, ainda tem os diretores, coordenadores,
professores, pais de alunos e os próprios alunos.
De todos esses setores de resistência à mudança e inovação na educação, o que eu
considero mais bizarro é a resistência do aluno – o maior beneficiário de
qualquer inovação na metodologia pedagógica.
O aluno deveria ser o primeiro a clamar por uma metodologia que
propiciasse uma aprendizagem eficiente. Ele deveria querer romper os grilhões
que o acorrenta no fundo da caverna, no entanto,
ele só conhece sombras e se aconchegou nessa Educação Placebo. Nada
mais o cativa, nada estimula sua curiosidade. Passou tanto tempo contemplando sombras,
recebendo ordens e ‘engolindo’ conteúdos que não queria, que acabou esquecendo
que tem um cérebro capaz de pensar, criar e contemplar o mundo real.
O aluno precisa desejar ser autônomo, com equilíbrio entre liberdade e responsabilidade, e parar de aceitar escolas e universidades que são máquinas velhas de mimeógrafo (maquiadas com muita tecnologia), que
copiam mal e porcamente seres reprodutores do pensamento alheio.
Vídeo: A realidade do sistema escolar.
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Fonte da imagem: https://deskgram.org/explore/tags/white_sheep
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