As angústias de uma aluna que não aprende - (parte 2)
A graciosa e dedicada aluna, leu o primeiro texto sobre suas
angústias, refletiu e me procurou novamente.
Tina, a educação é
mais que aprender, não é? É expandir a mente.
Eu vejo as coisas com
outra percepção, de outra forma e passo a questionar as pessoas. Isso é
libertador! Estou me sentindo
verdadeiramente livre.
Consigo imaginar a aula do professor, assim como o modo dele estruturar as explicações e me questiono internamente.
Consigo imaginar a aula do professor, assim como o modo dele estruturar as explicações e me questiono internamente.
Parei para pensar no
que eu mais aprendi no ano passado e certamente foi na sua matéria. É o que
tenho mais vivo na mente - aquele projeto de cliente real - sei que eu não fiz o
meu melhor, não busquei a excelência, e mesmo assim é o conhecimento que mais
tenho vivo e de fácil acesso na minha cabeça.
Fiquei pensando muito na palavra ‘excelência’. Eu quero ser excelente naquilo que faço e não fazer as tarefas 'nas coxas'. Está sendo bem difícil, estou lutando contra a minha procrastinação. Isso me fez refletir se o curso que escolhi é o que eu quero. Comecei a procurar algo que eu tenha prazer em estudar.
Fiquei pensando muito na palavra ‘excelência’. Eu quero ser excelente naquilo que faço e não fazer as tarefas 'nas coxas'. Está sendo bem difícil, estou lutando contra a minha procrastinação. Isso me fez refletir se o curso que escolhi é o que eu quero. Comecei a procurar algo que eu tenha prazer em estudar.
Eu
andei ‘deprimida’ com os estudos, porque lá no fundo sempre imaginei que eu
iria aprender de verdade e não foi o que eu encontrei.
Sinto que o meu
conhecimento, são pedaços espalhados.
Esses 'pedaços espalhados', eu costumo chamar de fragmentação dos saberes.
Essa
fragmentação desconecta as funções das teorias conceituais, desarticula o
processo do pensar crítico e enfraquece as potenciais sinapses.
A
Aprendizagem por Projetos multidisciplinares e reais proporciona ao aluno a oportunidade
de, durante o processo de investigação e elaboração do projeto, construir
estruturas de conhecimento complexas, que resultarão em desenvolvimento de
competências e habilidades.
Para refletir, deixo um trecho do TCC - APRENDIZAGEM POR PROJETOS: uma alternativa à desfragmentação da educação universitária.
Para refletir, deixo um trecho do TCC - APRENDIZAGEM POR PROJETOS: uma alternativa à desfragmentação da educação universitária.
A educação
tradicional é um método de ensino sem embasamento científico, em outras
palavras, não há estudioso da pedagogia ou da andragogia que fundamente a
fragmentação dos saberes em disciplinas, séries e turmas, com a intenção de
supostamente facilitar o ensino de massa e torná-lo mais especializado. Este
formato pedagógico surgiu com a Revolução Industrial no Brasil, meados do
século XIX e é uma herança de um modelo escolar da educação francesa do século
XVIII. A Viviane Mosé (2013) chama esta educação de “Escola de Massa,
Escola como Fábrica, fábrica de pessoas para o mercado. Produz com rapidez em
uma linha de montagem, com segmentação e a fragmentação, gerando a falta de
noção do todo”. Paulo Freire (1983) afirmou que essa educação bancária
era um instrumento da opressão.
A narração, de que o educador é o sujeito,
conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a
narração os transforma em ‘vasilhas’, em recipientes a serem ‘enchidos’ pelo
educador. Quanto mais vá ‘enchendo’ os recipientes com seus ‘depósitos’, tanto
melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente ‘encher’, tanto melhores
educandos serão.
Desta maneira, a educação se torna um ato de depositar em que os educandos são os depositários e o educador o depositante.
Em lugar de comunicar-se, o educador faz ‘comunicados’ e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção ‘bancária’ da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Margem para serem colecionadores ou fixadores das coisas que arquivam. (FREIRE, 1983, p. 66) ¹
Desta maneira, a educação se torna um ato de depositar em que os educandos são os depositários e o educador o depositante.
Em lugar de comunicar-se, o educador faz ‘comunicados’ e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção ‘bancária’ da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Margem para serem colecionadores ou fixadores das coisas que arquivam. (FREIRE, 1983, p. 66) ¹
1 - CARVALHO, Ana Cristina N.
de. APRENDIZAGEM POR PROJETOS: uma alternativa à desfragmentação da
educação universitária. Trabalho de Conclusão de Curso – MBA em Gestão de
Projetos - Centro Universitário Estácio de São Paulo, 2018
Fonte da imagem: https://www.buzzfeed.com/maggyvaneijk/no-one-likes-me-anyway?utm_term=.gbNyObV81p#.yew0XVZlEr
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