A escola como fábrica de desumanizar
A educação tradicional olha para todos os alunos como uma
massa a ser uniformizada e enformada - com “e” mesmo - onde cada indivíduo
deverá ser colocado em uma forma que determina ‘o quê’, ‘quando’ e ‘como’ todos
deverão aprender a mesma coisa.
Esta linha de montagem compreende os saberes de forma
fragmentada, – vale ressaltar que no mundo real, os saberes são complexos e
somente na escola e faculdade eles são fragmentados. Esta fragmentação impede a
noção do todo e desconecta o ser humano da percepção de pertencimento do
coletivo e do global. Esta desconexão gera um processo de egocentrismo
desenfreado, através da cultura do “ser feliz a toda prova”. Sendo assim, o
individuo mata as abelhas, as borboletas, as árvores, os rios e os outros seres
humanos (direta ou indiretamente), pois o mais importante é ser feliz e ninguém
irá impedir essa conquista egoísta.
Este movimento ignora a individualidade, por consequência,
quando a pessoa passa a ser uma massa, a responsabilidade não é mais da pessoa.
Desta maneira, a morte do rio, não é consequência das sacolinhas de lixo ou do
sofá que você joga no rio, mas sim do outro, um ser maior, indefinido e
desconhecido.
Se não respeitamos as crianças, como queremos que elas se
tornem jovens respeitadores? As escolas precisam olhar todos os alunos como um ser
único. O indivíduo precisa ter respeitado seu tempo, seus desejos, seus sonhos
e seu ritmo de aprender. Anos enformando crianças, produziram uma geração de jovens e
adultos que desrespeitam o próximo, os animais e o ecossistema.
Escutei do reitor de uma universidade federal da Bahia que
nossos jovens precisam ser humanizados novamente. Nesta universidade, todos os alunos, tem que participar de projetos que
pesquisam e solucionam problemas reais detectados nas favelas próximas a
universidade.
Compaixão e empática não são valorizados entre jovens. Os
líderes de grupos são valorizados pelo desrespeito e a malandragem. Nossos
jovens precisam voltar a ser humanos, a ter um olhar humano, a ter um gesto
humano, a respeitar os animais, a natureza e o próximo.
Fonte da imagem: https://www.hastac.org/blogs/lesley-j-vos/2017/07/26/we-dont-need-no-education
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